sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Ser ou não ser… Artista Marcial ou Desportista Marcial


Ser ou não ser… Artista Marcial ou Desportista Marcial
(por Marcus Beckenkamp)
Praticando diferentes artes marciais, descobri que existe uma grande diferença entre ser um artista marcial e um desportista marcial. Conversando com professores e mestres de diferentes artes pude notar que muitos tem certo receio em relação aos campeonatos. E por que esse receio?
Quando você aprende uma arte marcial do jeito que ela foi criada, digamos, com o objetivo inicial dela, você percebe que não existem regras em um combate real. Existe uma, na verdade, a sobrevivência. Isso não quer dizer que devemos aprender a “tacar a mão” nos outros e sim que existe um porque para que a arte seja treinada desta forma, existe toda uma filosofia por trás dos movimentos e do combate em si.
Quando você pratica um esporte e treina para um campeonato, seu único objetivo é vencer. Aí existe muita semelhança com o guerreiro das artes tradicionais, porém, no caso da arte marcial, você mutila o conhecimento para que se encaixe dentro dos padrões e regras de uma competição. Partes importantes do conhecimento precisam ser deixadas de lado para que a competição seja sadia e ninguém saia aleijado. Mas, talvez, exatamente nessas partes a arte marcial buscava ensinar alguma coisa para quem a estuda e pratica.
Pessoalmente, respeito muito atletas de qualquer esporte e acho que são pessoas que levam o corpo até o limite. Por isso, de forma alguma estou rebaixando aqueles que treinam artes marciais para campeonatos. O que quero dizer é que boa parte delas, as artes orientais, se desenvolveram para um crescimento pessoal e espiritual e no final acabam se tornando uma batalha de egos. Quem é melhor que quem?
Eu treino artes marciais para entender principalmente a palavra arte. Busco entender meu corpo, minha mente e meu espírito de guerreiro através do conhecimento que cada uma delas pode me passar. E por isso, pessoalmente, não gosto muito de treinar estilos voltados para campeonatos, apesar de saber que muita coisa (muita mesmo) dentro deles é útil para minha formação marcial.
É uma questão de escolha: ser um artista marcial ou um desportista marcial? Possivelmente exista alguma maneira de ser os dois, mas eu, na minha humilde ideia, não consigo ver como. Todos os mestres e professores de diversas artes marciais que eu conheci dizem que existe um treino específico para quem vai competir, afinal se dedicar para competições exige foco total nas regras e padrões delas. Onde golpear para pontuar mais, como derrubar para finalizar um combate, e etc, dependendo do estilo de cada uma.
Se o treino não é o mesmo, o resultado dele provavelmente não o será. Focar-se em ser melhor do que os adversários, em atingir o primeiro lugar. Em uma classe “normal”, esses não seriam pontos chave e sim melhorar a si mesmo a cada dia.
Tudo isso também depende de cada estilo de arte marcial, e eu não conheço todos. Além disso, ainda existem aqueles com campeonatos voltados somente para formas, rolamentos, técnicas de defesa pessoal, etc, muitos desses envolvem diretamente a arte, pois visam a perfeição dos movimentos do participante.
De qualquer forma, com este post quis expressar um pouco do que tenho visto e das ideias que me surgem na cabeça. São coisas que influenciam diretamente meu treino e minhas escolhas. E, bem, a minha escolha é a arte.

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